terça-feira, 27 de novembro de 2012

A vida (re) ensina.

     A vida nos convida a racionalizarmos nossas horas, dias e até noites, a sermos máquinas programáveis que atendem os desejos frustrados da nossa estúpida sociedade. Nos é ensinado que o homem de bem é aquele que se faz presença por conta do dinheiro, que não há tempo para se perdê-lo, que o correto é atarefar-se e seguir essa regra como uma boiada tangida pelo seu domador. A vida só não nos ensina a nos conhecermos, a re-descobrir-mo-nos na exaustão da alegria do contato, do respeito, carinho, atenção. A vida só não nos ensina que o ponto máximo que um ser humano atinge é quando se enxerga no próximo. 
     A vida nos convida a sermos excelente na busca da resolução de situações adversas no trabalho, de encontrarmos força e motivação por mais trabalho, por posição influente, por conhecimentos técnicos, mas a vida não nos traça o conhecimento dela própria, do brilho, da liberdade de escolha, do clamor daqueles que sentem fome. Fome de comida, de abraços, de alegria, de se ter laços. A vida nos ensina que somos bons quando baixamos um pouco do vidro do carro e damos o resto do refrigerante ou do biscoito, mas ela não diz que o que nos leva a fazer isso não é a necessidade do outro, mas a reserva de nos sentimos, por um instante apenas, senhores do bem.  
     A vida ensina que valemos somente o que temos, que o externo é predominante, que as tentações existem para serem vivenciadas, que se eu tenho, eu posso, que não existe ninguém que possa nos parar. 

     O que de fato, a vida não nos ensina, é que merecemos  vivê-la, de verdade, em cima de verdades, em busca do concreto,  não é este mundo deturpado que nos ensinam. 

sábado, 10 de novembro de 2012

Felicidade, onde encontrar?

     Muitas vezes a felicidade convive conosco e não conseguimos dar os créditos a ela. Talvez por nosso eterno egoísmo não conseguimos enxergar. O fato é que ela pode deixar saudades, e esse vazio nos chama mais atenção do que gostaríamos. É com a sensação que nos falta algo que despertamos para aquilo que nos faz bem, que nos puxa para frente, que nos deixa feliz. simples e feliz.
     A verdade é que não dominamos a arte da valorização. O velho poeta afirma que ela só pode ser encontrada nas pequenas coisas, nos simples gestos. A contra-regra é que, talvez esse caminho seja também  o da perda, daquele sentimento vazio, solitário,que talvez traduza a saudade. 
     Muito buscamos sem sabermos realmente o que nos preenche, muito nos é dado sem realmente darmos valor hábil, muito nos é tirado dia-a-dia sem que percebamos. O nosso EU, universo intransponível, não nos permite notar o esvaziamento da nossa própria identidade. 
     A felicidade, tão subjetiva, construída de verdades e sentimentos, perdida muita vezes por displicência, precisa ser notada a tempo e aproveitada à altura. Não esqueçamos que, apenas não notamos, mas sentimos e nos apegamos a tudo, a felicidade é composta de pedaços, unidos formando um só! Como um apanhado de retalhos que forma, no final, uma colcha. 


segunda-feira, 29 de outubro de 2012

As horas passam



     Hoje em dia o imediatismo toma conta de todos. O resultado é buscado sem que haja a procura, o prazer é adquirido sem que tenha o compromisso, a expectativa já tornou-se coisa do passado. A conquista já não vale a luta. Assim como uma droga, isso tudo vai perdendo efeito com o passar do tempo e, por conta, a necessidade de se obter mais e mais em um ritmo desenfreado. E assim a vida vai passando sem o deleite da caminhada.


     Certa vez o inteligente Chaplin falou: Ainda que alguém que quase morre esteja vivo, aquele que quase vive já morreu. 


     A arte das situações desabrocham em uma velocidade tão impressionante que em sua maioria esmagadora, a realização do momento não é sentida, como um efeito mecânico, passa despercebido, como areia que escorrega entre os dedos, não conseguimos mantê-las conosco. Existe um corre-corre imenso com o aproveitamento invariavelmente inverso. Talvez pelos moldes da nossa sociedade capitalista, a figura do "sucesso de amanhã" deixa-se de viver o hoje, o agora. As dificuldades modernas que tomaram conta do nosso EU, não nos permitem a desconexão. A realização de diversas atividades ao mesmo tempo, a "otimização" do tempo. O preenchimento de todas as horas do dia, como uma máquina programável faz com que percamos, em passos largos, a sensibilidade com as pessoas, as conversas sem importâncias, o sentar à calçada, os encontros casuais. O contato entre as pessoas, o calor da humanidade é esquecida, o relógio é absoluto em sua ordem, nos domina como um Senhor, acima do bem e do mal. É necessário um despertar rápido, acordar antes que o nosso tempo passe e tenhamos vividos apenas a vida de um outro alguém. 
   

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

PORQUE OS TRABALHOS NÃO SE ENCAIXAM COMO FÓRMULA DE BOLO?

     Tanto se pergunta porque aquele profissional recém-formado, com várias teorias para pôr em prática, com "sangue correndo em suas veias", idéias revolucionárias, quando chega nas diversas empresas não conseguem o esperado e até "natural" sucesso?
     Existe algo que APARENTEMENTE não se é levado em conta em uma análise de gestão de competências. APARENTEMENTE, mas que no desenrolar dos dias faz toda a diferença! Isto pode ser chamado de experiência, isto pode ser classificado como aplicabilidade no dia-a-dia.
     E os profissionais já consagrados no meio? porque não necessariamente sempre dão certo na mudança de horizontes? Várias são as respostas. Primeiro, o profissional é bom demais, excelente no que faz, E FAZ! mas, só faz, não se recicla, com o passar do tempo torna-se obsoleto. Outra boa tendência é o colaborador se bitolar em livros, teorias, modelos de ação vistos em sala de aula e perder o jogo de cintura dentro de uma empresa privada. Um terceiro, não menos importante ponto, é o da adequação, nem sempre o melhor, o mais bem preparado ganhará seu lugar ao sol, existe a questão da adequação, a situação do profissional se moldar ao meio atuante, completar a política interna da empresa. Não se pode esquecer também que, mentes brilhantes pertencem a pessoas pouco disciplinadas. É importante sempre se ter metas como projeto de vida.