Quantas vezes morremos em nossa vida? singularizamos a morte somente quando nosso corpo padece, mas a verdade é que, no corrente da vida, morremos várias vezes.
Transitar da infância para a adolescência é uma experiência de morte. Embora o fascínio das novas descobertas sejam a centralidade da época, nossa ingenuidade falece, a troca de atividades faz as brincadeiras de infância morrerem para abrir espaços para outras.
O que falar da morte que vigora em nós em percepção das desilusões? Faz-nos levantar todos os dias sem que tenhamos dentro de nós uma alma. Quantas vezes morremos diante de sentimentos perversos, de esteriótipos que nossa sociedade reza, de seleções humanas?
Como um ciclo invariável, para despertarmos para novas etapas, antigas precisam ser enterradas. É ordem da vida, ou é a própria vida.
No caminhado da humanidade, algumas vezes, o adulto pode olhar para sua própria história e constatar que tudo morreu. Crenças, sonhos, amigos, família e até valores. Como efeito amnésia, pode-se olhar no espelho e não conseguir contemplar sua própria identidade.